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O olhar sobre o outro

Quinta-feira passada fiquei encarregada de cuidar da exposição (Eye of the Beholder) e juntamente comigo estava Leah uma das pintoras. O sol brilhava maravilhosamente e no jardim da galeria a briza suave convidava a uma tarde deliciosa junto a um bom livro e a uma adorável companhia. 

Eu, obviamente estava em posse de meu livro, mas para minha surpresa Leah me ofereceu, para um breve passar de olhos, uma obra entitulada Kabbalah on Love. A minha surpresa foi justamente por eu estar nessa semana pensando muito em meus estudos de Tarot, que andam um pouco de lado nesse momento, e como muito do entendimento sobre os  significados das cartas está baseado nos conceitos da Kabbalah peguei o livro sem hesitar e para o azar da Leah somente o larguei assim que terminei a última página.

O livro não tratava das árvores da vida e portanto não foi muito útil para os meus estudos, mas gostei muito de alguns pensamentos e direções apresentadas, principalmente quando aplicados no contexto de relações 
sociais.

A prosposta é apresentar o Amor como um sentimento desprendido do ego e portanto voltado para o outro. Quando as inseguranças, o egoísmo, o receio e a vaidade acossiadas ao ego dão espaço para um amor sincero livre da expectativa de recompensas o mecanismo das interações interpessoais deixam de ser vazias e passam a ser justas e gratificantes.

O interessante da idéia é que ela não prega o conformismo mas a ação conjunta, uma vez que você doa Amor, este por sua vez será doado a você. Mas tudo isso dentro de um intercâmbio coletivo. Gostei muito da metáfora da diferença entre o Céu e o Inferno usada no livro, vou tentar reporduzi-la brevemente aqui:

Deus convida um rapaz a conhecer 2 lugares o Céu e o Inferno.
Primeiramente eles se dirigem ao Inferno e lá o cenário apresentado ao rapaz é um lugar repleto de pessoas fracas e famintas desesperadas por alimentos, o curioso é que justamente no centro havia um caldeirão repleto de alimentos frescos e saborosos. No entanto, cada pessoa possuia uma colher muito longa e por mais que elas tentassem encontrar soluções era impossível por meio dessa colher pegar os alimentos e levá-los à boca.
Então juntos eles partiram rumo ao Céu e lá haviam pessoas felizes e satisfeitas, todas muito bem alimentadas, o cenário era exatamente idêntico ao do Inferno, o mesmo caldeirão e as mesmas colheres. Entretanto, no Céu as pessoas haviam aprendido a usarem as longas colheres para alimemtarem-se umas as outras e assim, um colocando a comida na boca do outro, todos viaviam muito saudáveis e sem passar por nenhuma restrição. 

Acho que isso já diz tudo. Eu concordo e realmente acredito que o olhar em direção ao outro pode causar transformações não imagináveis na nossa sociedade.